domingo, 5 de junho de 2022

Problema da racionalidade científica

 

A evolução científica é um tópico bastante discutido na comunidade filosófica e traz-nos perguntas como:

  • Como progride a ciência?
  • A ciência é objetiva?

Apresentam-se dois pontos de vista diferentes, o de Thomas Khun e de Karl Popper.

Estes dois filósofos possuem duas visões completamente distintas em relação a estas duas perguntas. Focar-nos-emos na racionalidade da tão falada ciência. Então como progride a ciência para cada um destes filósofos?

 

Thomas Kuhn e a evolução da ciência

 

Kuhn pensa de forma radicalmente diferente das pessoas que o rodeavam e defende que a ciência não progride com simples acumulação de conhecimento e sem qualquer tipo de conflito, este defende que a ciência evolui através de revoluções científicas.

Kuhn apresenta também um ciclo de 3 fases, sendo estas a fase normal, fase critica ou extraordinária e fase revolucionária, estas 3 fases estão presentes no chamado ciclo de Kuhn.


Neste ciclo está também presente uma 4ª fase que aparece apenas uma vez, não estando incluída no ciclo em si, que antecede a primeira fase normal, chamamos a esta fase a pré-ciência, este período é todo o tempo que houve sem haver um paradigma estabelecido.

Para Kuhn um paradigma é a chave para a ciência e a progressão das 3 fases, um paradigma pode ser definido por: estrutura teórica de um certo modo de ver e de praticar a ciência.

Um paradigma vai ser partilhado por o que vamos chamar de comunidade científica, que é uma comunidade que tem a mesma visão sobre a ciência, seguindo o mesmo paradigma.

Como evoluem as fases do ciclo?

Com o surgimento de um paradigma saímos do período da pré-ciência e entramos na fase normal, sendo esta a fase mais longa, uma fase sem problemas ou conflitos em que um paradigma é aceito e consegue trazer respostas aos problemas apresentados.

Durante esta fase com o passar do tempo irão surgir problemas e algumas peças essenciais à resolução de problemas irão falhar com um paradigma, se não se chegar a uma resposta com o paradigma existente irá começar a surgir conflito, as anomalias, e acaba por se instaurar um período de crise.

Durante o período de crise poderá haver mudanças na prática científica e entramos na fase crítica, fase onde os cientistas tentam dentro ou fora do seu atual paradigma procurar as respostas às anomalias que surgem.

O período de crise e fase extraordinária irão acabar quando: a ciência normal (ciência que se dirige pelo paradigma regente) encontra resposta às anomalias apresentadas; O problema é etiquetado, mas abandonado deixando para as gerações futuras, muitas vezes devido a crença de falta de tecnologia e conhecimento; emersão de um novo paradigma e discute-se a sua aceitação.

Quando um novo paradigma é apresentado e aceite vai-se dar uma revolução científica, e com esta revolução voltaremos à fase normal da ciência, repetindo este ciclo indefinidamente.

Para Kuhn os paradigmas são incomensuráveis, querendo dizer que não poderemos comparar paradigmas visto que estes possuem visões diferentes e incompatíveis.

Kuhn foi também alvo de críticas neste seu ponto de vista e acusado de ser relativista.

 

Karl Popper e a evolução da ciência

 

A ciência para Popper evolui através de conjeturas e refutações, para a eliminação do erro, sendo que, cada vez que eliminamos o erro nos aproximamos mais da verdade, mas, nunca a atingindo completamente.

Popper faz muito a comparação do seu método com o evolucionismo e a seleção natural, a teoria que resistiu mais aos erros apresentados será a mais forte e resistente logo a mais verdadeira e será a aceite.

O conhecimento será continuo e melhorado ao longo do tempo.

 

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