A evolução científica é um tópico bastante discutido na comunidade filosófica e traz-nos perguntas como:
- Como progride a ciência?
- A ciência é objetiva?
Apresentam-se dois pontos de vista
diferentes, o de Thomas Khun e de Karl Popper.
Estes dois filósofos possuem duas
visões completamente distintas em relação a estas duas perguntas.
Focar-nos-emos na racionalidade da tão falada ciência. Então como progride a
ciência para cada um destes filósofos?
Thomas Kuhn e a evolução da ciência
Kuhn pensa de forma radicalmente
diferente das pessoas que o rodeavam e defende que a ciência não progride com
simples acumulação de conhecimento e sem qualquer tipo de conflito, este
defende que a ciência evolui através de revoluções científicas.
Kuhn apresenta também um ciclo de 3
fases, sendo estas a fase normal, fase critica ou extraordinária e fase
revolucionária, estas 3 fases estão presentes no chamado ciclo de Kuhn.
Neste ciclo está também presente uma 4ª fase que aparece apenas uma vez, não estando incluída no ciclo em si, que antecede a primeira fase normal, chamamos a esta fase a pré-ciência, este período é todo o tempo que houve sem haver um paradigma estabelecido.
Para Kuhn um paradigma é a chave para
a ciência e a progressão das 3 fases, um paradigma pode ser definido por:
estrutura teórica de um certo modo de ver e de praticar a ciência.
Um paradigma
vai ser partilhado por o que vamos chamar de comunidade científica, que é uma
comunidade que tem a mesma visão sobre a ciência, seguindo o mesmo paradigma.
Como
evoluem as fases do ciclo?
Com o surgimento de um paradigma
saímos do período da pré-ciência e entramos na fase normal, sendo esta a fase
mais longa, uma fase sem problemas ou conflitos em que um paradigma é aceito e
consegue trazer respostas aos problemas apresentados.
Durante esta fase com o passar do
tempo irão surgir problemas e algumas peças essenciais à resolução de problemas
irão falhar com um paradigma, se não se chegar a uma resposta com o paradigma
existente irá começar a surgir conflito, as anomalias, e acaba por se instaurar
um período de crise.
Durante o período de crise poderá
haver mudanças na prática científica e entramos na fase crítica, fase onde os
cientistas tentam dentro ou fora do seu atual paradigma procurar as respostas
às anomalias que surgem.
O período de crise e fase
extraordinária irão acabar quando: a ciência normal (ciência que se dirige pelo
paradigma regente) encontra resposta às anomalias apresentadas; O problema é
etiquetado, mas abandonado deixando para as gerações futuras, muitas vezes
devido a crença de falta de tecnologia e conhecimento; emersão de um novo
paradigma e discute-se a sua aceitação.
Quando um novo paradigma é apresentado
e aceite vai-se dar uma revolução científica, e com esta revolução voltaremos à
fase normal da ciência, repetindo este ciclo indefinidamente.
Para Kuhn os paradigmas são
incomensuráveis, querendo dizer que não poderemos comparar paradigmas visto que
estes possuem visões diferentes e incompatíveis.
Kuhn foi também alvo de críticas
neste seu ponto de vista e acusado de ser relativista.
Karl Popper e a evolução da ciência
A ciência para Popper evolui através
de conjeturas e refutações, para a eliminação do erro, sendo que, cada vez que
eliminamos o erro nos aproximamos mais da verdade, mas, nunca a atingindo
completamente.
Popper faz muito a comparação do seu
método com o evolucionismo e a seleção natural, a teoria que resistiu mais aos
erros apresentados será a mais forte e resistente logo a mais verdadeira e será
a aceite.
O conhecimento será continuo e
melhorado ao longo do tempo.
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